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��Sua ptria no est bem determi- nada, mas julp-a-se ser a ndia.

No meio dia da Europa cultiva-se em abundncia, com muito trabalho, bem como ns o temos ; pois ella exige algum cuidado, mximo na Europa por lhe ser cxtranho o clima.

A Melancia um fructo proveniente de uma planta herbcea, rasteira, cu- jos ramos se alastram, e so silcados de regos.

As folhas, alternas, com peciolos um tanto longos, so palmadas, e divididas em diversos lobos ; e todas estas partes so cobertas de pellos speros, que espinham.

As flores so pequenas, amarellas, como rosinhas, umas estreis, outras trazendo o rudimento do futuro fructo.

Este cresce at diversos tamanhos de 25 a 75 centmetros; liso, de forma oblonga ou redonda, apresen- tando s vezes um pequeno collo.

O pericarpo liso, e mesmo lus- troso, de verde e branco, de verde marchetado, e de verde puro ; fino e coriaceo.

Liga-se internamente a uma subs- tancia branca esverdinhada, aquosa, frouxa e espessa ; esta continua-se com a verdadeira polpa do fructo, que enche todo o seu interior.

E' uma substancia anloga, porm mais desenvolvida e aquosa, doce , vermelha ou cr de rosa, alojando, em muitos pontos, sementes ovaes, comprimidas, pretas, e, em outra espcies, vermelhas, em lojas es- peciaes (pevides).

Esta semente revestida por um perisperma crneo, encerrando uma amndoa com a mesma forma, branca, e da qual se faz orchata nas phar- macias e confeitarias.

A melancia refrigerante, agradvel, e estando sazonada nada tem de ma- liciosa ; mas preciso no comel-a estando-se cansado, e o corpo muito quente, suado, visto como o resfriamento que ella produz pode trazer graves consequncias.

��Ha uma espcie que em Pernam- buco chamam Melancia da ndia ; tem a polpa branca, c s vezes a semente tambm.

No Brasil, e principalmente nos ser- tes, onde apparecem as melhores melancias.

Tambm se desenvolvem muito em certas localidades das provncias ; em Pernambuco, nas Curcuranas e na ilha de Itamarac, onde quasi todos os fructos so bons.

No Cear crescem muito, mas no se come porque amargam.

Itleinnria Ic colr. Cticumis chelonianus. Fam. das Cticurbitaceas. Herva agreste, que tem este nome nas Alagoas.

E' uma plantinha delicada, que alas- tra, e se enrosca sobre as outras plantas, com rgos prprios para esse fim, de caule finssimo.

Folhas pequenas, e de cinco pontas.

Tem as florinhas amarellas, e os fructinhos semelhana de pequenos pepinos.

So de 10 a 15 milmetros de com- primento, cylindricos, com trs lojas cheias de sementes, brancas e chatas, sendo a massa interna esverdinhada e aquosa.

Do -se clysteres do cozimento das folhas d'esta herva nos ataques he- morrhoidaes, e nos catarrhos intes- tinaes.

IMelaiivia prain. Solanum arrebenta, Vell. Solanum agrarium, Fl. Flum. Fam. das Solanaceas. E' um fructinho, que tem este nome em Per- nambuco ; na Bahia chamam-n'a Baba., no Rio de Janeiro, S. Taulo e Minas Arrebenta cavallo, e em Alagoas Mid- golla.

Provem de uma herva, que ergue seus ramos at 50 centmetros.

O caule e folhas eriadas de espinhos.

As folhas so grandes, em propor- o, apresentando lobos, com os pecio- los cheios de espinhos.

As flores, que so reunidas em pe-

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