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110 DOM JOAO VI NO BRAZIL

mas de formalismos educadores a meio da sua maior despre- tengao. Verdade e que o Rei e seu governo se nao poupa- ram esforgos para dotar a nova sede da monarchia do lus tre de que ella ainda tanto carecia, e si mais completo exito nao obtiveram seus tentames, deve a culpa ser attribuida sem hesitagao as condicoes do mefo sobre o qual, apezar das excepgoes e restricgoes apontadas, pesavam a tornal-o algum tanto refractario, o atrazo e o obscurantismo que se nao lo- gram sacudir em poucos annos.

Podia, por exemplo, no anno de 1817 um presbytero como Ayres do Casal, espirito educado na colonia mesmo, publicar uma obra tao valiosa como a sua Corographia, cuja utilidade ainda se nao desvaneceu e representa o fundamento estimavel dos nossos ensaios d esta sciencia: tao importante era a obra que Henderson nada mais fez do que traduzil-a, posto que sem accusar o plagio, ao editar o seu denominado trabalho historico. Como poderia, porem, o geral da popula- gao fluminense secundar ou mesmo dar o devido valor aos servigos da colonia de artistas de merito e reputagao que o conde da Barca mandou contractar em Pariz pelo marquez de Marialva para fundarem a Academia do Rio, e incutirem e derramarem o gosto das bellas-artes na expressao mais acabada a que tinham ellas chegado na patria de David e de Gericault ? Em 1816, anno em que chegaram Lebreton, Debret e os outros, ainda percorriam indios nomadas o dis- tricto de Campos, e na propria bahia do Rio estava instal- lada a missao de S. Lourengo.

Que dizer das extensoes enormes sobre que imperava o sceptro portuguez cuja projecgao para os lados do Occidente so na formidavel cordilheira andina parecia querer esbarrar,

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