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132 DOM JOAO VI NO BRAZIL

cipaes da capitania mineira, mas surgiam mais frequentes, menos distantes, testemunhando uma geral prosperidade. Nao contava entretanto grande pon;ao dos aldeiamentos e mesmo das villas, mais do que ephemeras casas de taipa sem pretencoes a definitivas e menos ainda a formosas, do que resultava uma sensagao de sociedade primitiva ou rudimen- tar, muito mais do que de provisoria. Esta ultima nota nao seria alias descabida, porque o gosto nomada e a feigao inquieta estavam bem no caracter da populagao aventurosa da qual tinham sahido os bandeirantes que devassaram ^3 sertoes, venceram os rios e revolveram o interior do Brazil, e cujos parentes mais sedentarios se cruzavam agora pelas estradas com os barometros e herbarios de Spix e Martius. Estes via] antes os descrevem montados em ardegas mulas, com o chapeo de castor redondo e de abas largas, jaqueta e calgas de algodao escuro, botas de couro afivelladas abaixo do joelho e grande faca na cinta ou mais frequentemente no cano da bota, deixando ver o vistoso punho de prata.

Os districtos ruraes, quer os de montanhas, quer os de planicie, davam uma impressao de colonizagao intencional, denunciando diligencia e um resultado positive colhido da. cultura dos cereaes, do assucar e do cafe e da criagao de gado vaccum, cavallar e sobretudo muar. Os campos em si, esses famosos campos de barro vermelho, eram fertilissi- mos e suggeriam riqueza, uma riqueza menos luxuriante do que a equatorial, porem mais segura e saudavel na sua pompa mais discreta. Impressao igualmente favoravel dava a popu- lagao, que em 1808 era de 200.000 almas e em 1815 attin- gira somente 215.000, sendo nulla a immigragao si bem que grande o numero dos nascimentos e pequena a mortalidade. Notava-se nas gentes de todas as camadas bastante mistura

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