Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/182

Wikisource, a biblioteca livre

IGo I)()M JOAO VI NO. BRAZIL

matericas de excessiva humidade, exposigao as chuvas tor- renciaes e as nuvens de mosquitos, terror inspirado pelos jacares e outras circumstancias desfavoraveis a criagao.

Ao tempo da estada de Spix e Martius ja os soldados de policia usavam grosseiros casacos tornados impermeaveis pela applicac,ao de uma tenue camada de borracha que se deixava seccar ao sol, e os proprios dous exploradores os utilizaram nas suas jornadas em paragens em que tinhain sido bem antes precedidos pelo seu compatriot a, o jesuita Samuel Fritz. Com effeito, da Fortaleza da Barra do Rio Negro subiram elles pelo Solimoes ate Ega, a antiga missao d aquelle jesuita depois chrismada em Teffe, attin- gindo Spix o presidio de Tabatinga na fronteira e no Rio Negro a villa de Barcellos, e alcanc,ando Martius no Japura a cachoeira do Araracoara na fronteira da Nova Granada, para ainda juntos subirem ate certo ponto o Madeira e vi- sitarem os indios Mundurucus e Maues.

A Fortaleza da Barra, para onde fora transferida de Barcellos em 1809 a capital da que ia ser provincia de Sao Jose do Rio Negro, encerrava 3.000 almas no lugar que nem villa era - - e termo, pois que d esta gente parte nao residia nas modestas habitacoes urbanas, de tectos de palma comquanto providas algumas de moveis importados: vivia nas fazendas e pescarias da margem do rio, congregando-se somente por occasiao de alguma festa de egreja. O lugar, cuja excellencia topographica levou Spix e Martius a vati- cinarem o grande porvir de Manaos, tinha entao suas au- ctoridades civis e militares, mas nao tinha ainda medico, nem boticario, nem mestre de primeiras lettras. Por falta de numerario, o dizimo e outras contribuigoes pagavam-se em generos da terra, potes de manteiga de ovos de tarta-

�� �