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DOM JOAO VI NO BRAZIL 195

suas producgoes e fabricas do que antes tinha; e finalmente o exemplo do succedido em Inglaterra depois da separagao dos Estados Unidos que Smith predisse ha de tambem verifi- car-se em Portugal. ( I )

Assim evoluia a mentalrdade de D. Rodrigo: nem me- rece de justica o nome de estadista aquelle que timbra em manter-se emperrado nas suas opinioes. A inconstancia nem sempre e fraqueza e a incoherencia algumas vezes e intel- ligencia. Os reformadores veem, porem, muitos dos seus pia nos falharem. Nao basta que nao duvidem do exito de em- preza alguma, nem que se nao possam taxar de desarrazoa- das suas ideas: e preciso ainda e sobretudo ter ao alcance os meios de realizagao. Em projectos nunca era D. Rodrigo tornado de surpreza, ainda que o dar-lhes execugao pudesse esfriar aquelles que com elle carregavam as responsabilidades da administragao.

Nos fins de 1808, por exemplo, sentia-se no mercado do Rio de Janeiro falta de carne, motivada nao somente pelo brusco augmento da populagao mais consumidora do genero 15.000 pessoas, ao que se refere, acompanharam a corte -, como pela secca e pelas especulagoes tendentes a levantar o prego da venda a retalho, com duplo detrimento dos criado- res e do publico. Consultado sobre o caso, nao vacillou D. Rodrigo em achar-lhe adequada solucao: abre-se um cami- nho de Sao Paulo para o Rio Grande pelo paiz das Missoes e nao faltarao rezes para o abastecimento da cidade (2).

A maxima fundamental da politica de D. Rodrigo era aglr. "Chorar em lugar de obrar quando o perigo e mani-

��(1) Oarta ao Principe Regent e de 16 de Agosto de 1809, ibidem.

(2) Carta a D. Fernando de Portugal de 20 de Dezembro de 1808, ibidem.

D. J. ]3

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