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DOM JOAO VI NO BRAZIL 313

pava o vice-rei Liniers n uma carta muito digna dirigida a Dona Car lota, paten teando a <deslealdade da missao do mare- chal Curado mais espiao do que negociador, reza o do- cumento (i) para a qual se tinham invocado falsamente designios commerciaes.

Na sua correspondencia official para Hespanha (2) explicava Santiago Liniers que recebera o enviado portu- guez porque do contrario se expunha a urn insulto publico, quando infelizmente carecia de tempo para organizar um piano defensive do vice-reinado. O dinheiro espalhado em Montevideo pelo emissario referido ajudara todavia a sub- levacao local contra a sua auctoridade, escrupulosamente leal a Junta que estava representando legal e effectivamente o poder do soberano sequestrado ; e tanto convinha a corte do Rio de Janeiro fomentar a divisao platina, que por esse tempo alii se tratava de obrigar o general D. Pascual Ruiz Huidobro a regressar para a Europa afim de nao assumir o seu governo de Montevideo e assim annullar a separagao provocada por Elio.

A missao Rivera, em que o vice-rei assentara, a qualifi- cava elle entretanto de pacifica, destinada a tornar saliente a differenca da missao Curado e da obra perfida de Linhares, chamando para a sua confrontacao a attencao da justiqa do Principe Regente, emquanto ganhava tempo para ir tomando as medidas adequadas a defeza da extensa fronteira platina e mesmo mover um geral ataque contra a fronteira brazi- leira; ou entao, no caso de invasao, crear uma diversao cahindo sobre o Rio Grande do Sul. E certo que denotava

(1) Carta de 30 do .T:mciro de ISO!), puhlicada nn reviste Lfi Bibhoteca, dirigida por Paul Groussac, Buenos Ayres Maio de 1897 anno II, n. iii.

(2) Bri tish Museum, Cod. cit.

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