Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/351

Wikisource, a biblioteca livre

DOM JOAO VI NO BRAZIL 329

Provincias revoltadas do Prata e a sua metropole, apre- goando a isencao da corte brazileira nas notas dirigidas a legacao hespanhola no Rio, confiada a partir d esse anno e apoz a curta gerencia interina de D. Jose Mathias de Lan- durubu, acreditado por Casa Irujo, a D. Juan del Castillo y Carroz.

Entraram entao a ser desprezadas todas as reclama- goes da Princeza Carlota, cujos direitos foram de uma vez arredados, fazendo Portugal gala de seguir uma politica irma da da Gra Bretanha. O Principe Regente declarava observar "uma prudente neutralidade" que o gabinete britan- nico Ihe propuzera seguir; ponderando embora cavillosa- mente - "emquanto novas circumstancias nao obrigassem a adoptar outras medidas para prevenir a defesa e segu- ranga destes Estados" ( I ) . Foram estas circumstancias que mui poucos annos depois, favorecendo-as as condigoes bra- zileiras, foram invocadas para justificar o accesso imperia- lista que se manifestou e buscou satisfazer sua sede territo rial em proveito immediate da coroa portugueza.

No fundo toda esta gestao timbrava pela falta de pro- bidade, e com tanta deslealdade difficilmente se lograria chegar a resultados permanentes e beneficos, a edificar al- guma cousa de solido sobre o terreno ja de si traigoeiro da politica, no qual se penetrava sem o vigor de resolugao e a abundancia de meios bastantes para supprirem a ausencia de outras condigoes. A comegar pela razao adduzida para a primeira intervengao portugueza, que tambem fundamenta- ria a segunda, nao se antolha a luz da logica maior contra- senso do que querer pacificar fronteiras atigando guerra.

��C 1 ) Nota do conde das Galveas a lord Strangford, do 28 de Setermbro de 1813, no Liv. de Reg. cit.

�� �