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350 DOM JOAO VI NO BRAZIL

bom exito, pois entre muitos, o seu silencfo a este respeito pode passar por huma tacita desaprovagao" ( i ) .

Nao era que a frieza quasi inimiga do Inglez no assum- pto que tanto tinha D. Pedro de Souza Holstein a peito, o fizesse desanimar, antes o incitava a proseguir no que elle chamava a guerra litteraria, a saber, influir pelos escriptos de propaganda sobre a opiniao publica, no sentido de desfa- zer prejuizos nacionaes e populares; e por outro lado in- sistir na campanha mais efficaz da corrupgao, distribuindo presentes para se informar do que occorria nas sessoes se- cretas, obter copias dos papeis importantes e predispor a votagao de harmonia com os interesses de Portugal e Brazil.

Para Dona Carlota a chave da situacao passara por esse tempo a encontrar-se em Hespanha. Ahi e que seus interesses precisavam ser promovidos e sustentados. No Rio da Prata, desde o 25 de Maio de 1810, a partida estava senao perdida, gravemente compromettida. Assim o comprehendera o atilado Contucci e o expuzera n uma memoria dirigida ao conde de Linhares, valendo-se dos seguintes termos : (2) 1 Houve hum tempo em que o partido favoravel aos interes ses de S. A. R. a Princeza Nossa Senhora era o mais nu- meroso, nao por reflexao, ou por amor a antiga e veneravel Constituigao Hespanhola; porem por hum conjuncto feliz de circumstancias que faziao coincidir os interesses de S. A. R. com os interesses, e paixoens dos particolares entao violentamente agitadas. As intrigas do novo Vice Rey (Cis- neros), e de Ruiz Huidobro, e as desgragas da Peninsula

��(1) Officio a Linhares, de 24 de Abril de 1811, no Arch, do Min. das Rel. Ext.

(2) Esta memoria, sem data, encontra-se entre os Pap. AT. do Min. das Rel. Ext. De-ve ser de 1810, pois que 1808 e 1809 foram os annas em que a candidatura da Princeza do Brazil ma lores prababili- dades teve de vingar.

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