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DOM JOAO VI NO BRAZIL 359

ministro Souza Holstein, quando por este foi reclamada a sua libertacao.

Outro obstaculo com que nao pareciam uns e outros contar, e que entretanto representou papel importante n este negocio, era a altivez irreductivel de Dona Carlota Joaquina. Linhares assegurava em 1811 que a futura Regente em tudo obraria de accordo com a Inglaterra e submetteu-lhe mesmo o rascunho de uma memoria destinada ao Principe Regente da Gra Bretanha, em que annunciando tencionar permane- cer por tempo indeterminado no Brazil e nomear governado- res do Reino hespanhol para o administrarem na sua ausen- cia, declararia a Princeza ser tambem sua firme intengao agir sempre de perfeita harmonia com o governo britannico, entregando o indisciplinado exercito nacional ao commando e prepare de Wellington e seus officaes e recorrendo a pro- cessos de credito que tornassem menos pesados os sacrificios pecuniarios inglezes. Assim se collocariam as cousas militares da Hespanha no mesmo feliz pe em que se achavam as de Portugal e fiscalizariam as rendas publicas para se nao mal- baratarem os recursos a empregar na defeza, ficando esta- belecida no Guadalquivir a mesma tutcla que reinava no Tejo.

Dona Carlota nao acquiesceu, porem, em tomar compro- missos tao formaes e incompativeis com o sen sentimento de decoro publico, nao querendo ir alem de declaragSes muito vagas de que conservaria a uniao existente com Portugal e Inglaterra. Vendo, outrosim, que todo o fito do governo do Principe Regente era jogar com o seu nome e direitos, man- tendo-a todavia inactiva e impotente no Rio de Janeiro, for- qando-a ate a uma quasi abdicagao em favor de politicos de Cadiz, mandou pelo ex-secretario Presas, quando este teve

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