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DOM JOAO VI NO BRAZIL 471

sobre a vinda do novo ministro, em substituigao temporaria de Palmella, e dando-se-lhe mesmo instrucc,5es sobre ques- toes pendentes. Valendo-se d este pretexto, permanecia Furi- chal na casa da legacao, guardando comsigo o archivo, con- servando a direcgao das transaccoes administrativas da real fazenda em Londres e ate continuando a comparecer nos levees do Principe Regente na sua antiga cathegoria diplo- matica, pois que deixara de entregar a recredencial recebida desde o anno de 1812. For fim, conservando suas relates mas sem frequentar pessoalmente a corte, retirou-se para o campo, para Cheltenham, e nao abandonou a posicao ate Setembro de 1815, pouco se importando corn o ridiculo de tal" situac/to.

E precise nao esquecer que outro representante havia, Palmella, que era o verdadeiro, ou antes durante a mor porqao do anno de 1815 nenhum dos trez representantes se podia dizer inteiramente legitimo, porquanto um tinha sua credencial apresentada mas de caracter provisorio, outro nao apresentara a revocatoria e o ultimo tinha credencial a apresentar. ,E claro que dos trez, o primeiro era o repre sentante auctorizado, e por isso, sempre discreto e senhor de si, Palmella escrevia de Vienna a Cypriano Ribeiro Freire que, uma vez terminados os trabalhos do Congresso, passaria em Londres alguns dias apenas como particular e, tendo permissao previa de ir a Lisboa buscar sua familia, alii melhor esperaria as ordens do governo do Rio.

Por motivo das negociacoes diplomaticas em anda- mento, de que Ihe estava actualmente confiada a direcgao na Europa, houve comtudo Palmella que demorar-se em Pariz: alias Cypriano promettera em resposta entregar-lhe a legacao sem a menor reluctancia, como ao verdadeiro titu-

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