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478 DOM JOAO VI NO BRAZIL

tinua, nao possuiam os Hespanhoes tropas que merecessem semelhante nome, havendo-se comportado pessimamente na batalha de Tolosa, ao ponto que por pouco se nao converteu por culpa d elles em derrota tao importante accao.

Nao eram em pequeno numero nem de dfminuta valia as difficuldades que a Portugal se antolhavam no magno Congresso. O modus faciendi das negociagoes constituia o obstaculo immediato ao primeiro, vencido pelo talento di- plomatico de Palmella. As negociagoes deviam travar-se tao somente entre as potencfas interessadas em cada assum- pto, para mais tarde se redigir um acto geral de todos os convenios parciaes, ao qual adheririam os restantes mem- bros do Congresso. Esta carencia de uma assemblea constante em que todas as nac,oes representadas tivessem voz e voto, privava naturalmente os plenipotenciarios portuguezes da vantagem da possivel intervencao em seu favor de algu- mas das potencias de fora. Havia Portugal que proceder pois por meio de discussoes isoladas com a Hespanha, a Franca a Inglaterra, por assim o exigir a natureza espe cial da reuniao politica em funcgao, tal como a tinham de- terminado e modelado as circumstancias da sua convocacao, o estado geral dos espiritos em seguida a uma epocha de tao profundo desequilibrio moral, e a conveniencia de levar a cabo sem maiores attritos a ingente obra em preparagao, por entre tantos e tao variados interesses em conflicto.

Na questao do trafico, que economicamente era a mais grave das que Ihe importavam, a peor difficuldade para Por tugal residia em achar-se em campo quasi, senao totalmente desamparado. A Franca estava coacta pelo tratado de Pariz a abolir aquelle commercio no prazo de cinco annos, e a Hespanha mostrava-se disposta a fazel-o dentro de oito

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