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DOM JOAO VI NO BRAZIL 33

as colonfas se recusaram a subscrever a deposigao dos Bour~. bons, proclamando-se independentes.

A Hespanha com a parte ate o Ebro, a saber, o nordeste a menos, e com reservas no tocante as colonias, parecia nao seduzir bastante monarcha algum do sequito imperial. Foi primeiro offerecida a Jose, Rei de Napoles, que a recusou; em seguida a Luiz, Rei dos Paizes Baixos, que igualmente a engeitou por espectaculosa fidelidade aos seus subditos hol- landezes, dos quaes se arvorara convencidamente em pastor: depois a Jeronymo, Rei de Westphalia, que nao poude aco- Iher a proposta por ser protestante a mulher, Catharina de Wurtemberg, e nao quadrar esta qualidade com o intense sentimento religioso da populagao hespanhola; finalmente de novo, em Abril de 1808, a Jose que a acceitou, d esta vez sem restriccoes continentaes e com todas as colonias.

Luciano estava naturalmente fora de questao por causa da sua attitude irreconciliavel na entrevista de Mantua com o Imperador, mas Jose, por conta propria pois que os ir- maos de Napoleao se davam ao luxo de fazer tambem poli- tica por conta propria - - of fereceu-lhe sem resultado Portu gal, quando ia a caminho de Bayona, onde se realizaria o celebre encontro preparado por Murat no seu interesse pes- soal, e no decorrer do qual Napoleao despojaria o Rei abdi- cador, o filho proclamado e toda a familia real hespanhola dos seus legitimos direitos.

de crer que Luciano em quaesquer circumstancias recusasse Portugal por insignificante. N aquelle tempo em que os reinos mais appetecidos andavam quasi sem donos, a discrecao da familia Bonaparte, ninguem queria o pequeno Portugal, sobretudo sem aquillo que constituia a sua impor- tancia, e era o imperio colonial que a Casa de Braganga, transplantando-se para o Brazil, tivera a arte de conservar

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