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DOM JOAO VI NO BRAZIL 539

A elevagao do Brazil a Reino foi ainda uma habil e eloquente resposta de Dom Joao as instancias feitas pelas potencias colligadas para que, cimentada a paz geral, re- gressasse a corte para Portugal uma resolugao que ao Principe Regente repugnava tomar e provocara sci- sao no seu gabinete, onde Barca opinava pelo Bra zil e por Portugal o velho Aguiar, advogado tao convencido de tudo quanto prolongasse o systema antigo do governo que merecia ser retratado para Londres sob os seguintes traces: [( Elle considera o povo em geral formado para uso da Familia Real, e da Nobreza; e, ainda que Ihe custasse a vida, elle nao faria uma cortezia, para responder ao ho- mem nao nobre, que o tivesse saudado" ( i ) .

Segundo se deprehende da correspondencia publicada por ordem da Casa dos Communs a 12 de Marco de 1817, teria Dom Joao em 1814 pensado um instante em voltar para Portugal, chegando a fallar na conveniencia de ser outra vez escoltada a esquadra portugueza pela britannica ao ministro Strangford, que immediatamente o communicou para Londres, pelo que pediu lord Bathurst os necessa- rios navios de guerra aos lords do Almirantado. Haveria, porem, mud ado logo de resolucao ou melhor de projecto, de certo apoiando sua preferencia na opiniao de Barca, indo muito embora contra o pensar da quasi totalidade da corte.

Em Maio de 1815 ja lord Castlereagh deixava perceber suspeita d essa mudanca em despacho a Mr. Canning, o qual acceitara o cargo de ministro e future embaixador em Lis- boa na persuasao de que o Principe Regente abandonava o Brazil. Em Junho era a deliberate de ficar conhecida

(1) Correspondencia do Rio para o O^.srrrrr de Londres, de 14 de Maio de 1815.

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