Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/566

Wikisource, a biblioteca livre

544 DOM JOAO VI NO BKAZIL

Tal desanimo coincidia porem com os esforgos de Stran- gford junto ao Regente, pois que muito poucos dias depois (i), d elles tratava desenvolvidamente Marrocos: "A res- peito da supplica dos Governadores do Reino para que S. A. R. se recolha ao Reino, he tudo aqui notorio e patente, e por isso nao ha nisso segredo ; e eu accrescento que Strang- ford teve ha tempos huma Audiencia publica de S. A. R. perante toda a corte, por ordem do Governo Britannico, afim de ler huma carta do Principe Regente de Inglaterra a S. A. R., em que Ihe manifestava que, havendo sido o Governo Inglez censurado de algumas cortes, por haver sido a causa do incommodo geral da Familia Real Portu- gueza, e de toda a Nacjio, pela separagao repentina e tao amarga do seu soberano para os Estados do Brazil, era isto ao contrario de muita satisfagao ao Governo Inglez, por salvar o seu primeiro Alliado e Amigo das garras francezas. E para complemento desta obra desejava concorrer tambem para a sua restituicao ao Reino, visto que as cousas da Pe ninsula estavao seguras e permanentes para o futuro: por consequencia convidava a S. A. R. e a sua corte para quando e como intentasse recolher-se ao Reino; e para esse fim man- daria apromptar a Esquadra competente que S. A. R. per- tendesse, com os transportes necessarios para de huma vez conduzir-se tudo o que fosse relative a Casa R. e que ficava ao arbitrio de S. A. R escolher dos Almirantes Inglezes aquelle que mais Ihe agradasse, a nao querer o mesmo Sidney Smith que a conduziu aqui.

Alem d esta carta, depois dos agradecimentos e parabens reciprocos, advertiu Strangford que seria bom aprontarem-se as embarcagoes de Guerra Portuguezas, para nellas se trans-

��(1) Carta de 16 de Maio de 1814.

�� �