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DOM JOAO VI NO BRAZIL 47

brando entrevistas e jurando amlzade para se segurar em Petersburgo; a Escandinavia prestes a implorar um her- deiro dentre os marechaes de Bonaparte; o Imperador do Sacro Imperio e o proprio Pontffice Romano obrigados de quando em vez a desamparar seus thronos que se diziam eternos e intangivefs.

Os Bragangas nao podiam de certo pretender fados mais clementes. Careciam de olhar friamente para o futuro, tao pouco propicio que se estava revelando as velhas casas rei- nantes. A inacgao tornara-se um recurso impossivel: nao a permittirfa a marcha do cyclone. Indispensavel se fizera adoptar uma dada norma de proceder - - que nao podia ser senao a remogao para outra parte da monarchia, ja que esta tinha a felicidade de possuir dominios ultramarinos - e tratar com tempo da sua execugao, para se nao cuidar de tudo a ultima hora e com precipitacoes prejudiciaes.

O conselho de D. Rodrigo nao deixou de ser opportu- namente seguido. Nem de outra forma se explica que tivesse havido tempo, n uma terra classica de imprevidencia e mo- rosidade, para depois do annuncio da entrada das tropas francezas no territorio nacional, embarcar n uma esquadra de oito naus, quatro fragatas, trez brigues, uma escuna e quan-

tidade de charruas e outros navios mercantes, uma corte in- teira, com suas alfaias, baixellas, quadros, livros e joias. Era um sem numero de u effeitos assim publicos como particula- res, que se nao devem deixar expostos a rapacidade do ini- migo ( phrase de D. Rodrigo ) , mas que mesmo com a maior rapidez de processos de hoje nao se enfardam e car- regam de um momento para outro.

Basta dizer, pelo que toca a propriedade real, que vie- ram para o Brazil todas as pratas preciosissimas cinzeladas

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