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DOM JOAO VI NO BEAZIL 673

fim cedcr, no caso de evacuacao do territorio pelas tropas portuguezas, o campo livre aos rebeldes afim de se installa- rem no poder sem receios. Lecor era o primeiro mesmo a mandar dizer que a lista dos presos fora organizada pelo Cabildo, de parcialidade revoltosa.

A nota de queixa de Casa Flores respondeu Thomaz Antonio que o Rei dera ordem de carregar de novo os ac- cusados para Montevideo, no intuito de serem ouvidos e jul- gados por um conselho de guerra, ficando sujeita ao monar- cha a deliberacao do tribunal militar e dando-se ao governa- dor de Santa Catharina faculdade para conceder aquelles que o desejassem, permissao de virem para o Rio de Janeiro.

O manifesto e que, quando as grandes potencias tives- sem continuado a sustentar a Hespanha, o gabinete de Ma drid pouca vontade exhibia de entrar n uma lucta armada com Portugal, que elle bem sabia ser mais forte na Ame rica, onde assentara permanencia a monarchia. Tampouco ignorava o governo hespanhol que a corte do Rio podia van- tajosamente responder no Novo Mundo a qualquer ataque castelhano na Peninsula: bastava-lhe favorecer material- mente a emancipacao de todas as colonias sublevadas, pen- dente ainda o desenlace do conflicto.

Comprehendia no emtanto o gabinete de Madrid que este desforco nao estaria no interesse do regimen monar- chico, que a corte do Rio era unica a encarnar na America ( i ) ; por conseguinte que a vinganca corria o risco de redun- dar no proprio prejuizo de quern assim a exercesse. Tao bem presentia alias Dom Joao VI o perigo do contagio que,

��(1) "Por moio dVlic ( El-Rei do Br.-tzil), pscrevia o abbade de Prcdt, preservou a Roaleza na America um ponto de apoio, com um representantc ; e os thrones da Europa Iho dovem, o nao haverem all perdido todu a similhanga de suas instituigoens."

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