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786 DOM JOAO VI NO BRAZIL

tabelecer a verdade dos factos, e tanto menos deixaria passar sem a devida contestacfio semelhantes assercoes, quanto Ihe assistia razao bastante em qualquer desmentido. Os abusos administrativcs, sobretudo as prepotencias, tinham dimi- nuido em todo o novo Reino por um effeito reflexo do pro- gresso dos tempos, e em Pernambuco a situagao se apre- sentava ate privilegiada, confiado como andava o governo havia anncs a um homem pacato e bondoso.

Com sua costumada assignatura - - U?n Brazileiro - defendeu Palmella em communicados ao Times o governo do Rio das pechas de suspicaz e tyrannico, com que o que- riam gratificar os que defendiam por interesse ou por prin ciple a revolugao pernambucana. "Esse governo posto que absolute, escrevia o futuro embaixador, nao e para melhor dizer outra cousa mais que uma auctoridade doce e pater nal. Terao crimes ficado frequentes vezes impunes no Bra zil, mas nunca, e desafio qualquer de citar um exemplo em contrario, a Jnnocencia poude com razao queixar-se da injustica do soberano da terra. Em toda a extensao d esta e antes facultada uma liberdade de palavra que mais degenera em licenga."

Tratando particularmente da referida falta de paga- mento as tropas, concordava Palmella em que era possivel darem-se factos de tal natureza, visto a administrac,ao nao estar ainda sujeita a regras uniformes, e cada provincia prover separadamente as despezas da sua guarnigao. Posso todavia assegurar que as tropas recebem regularmente seus soldos na mor parte dos Estados do Brazil e que seme- Ihante falta si jamais occoireu, nao podia passar de tem- poraria e em escala muito inferior a que mostram suppor

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