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1026 DOM JOAO VI NO BRAZIL

idea do seu governo era sem duvida em primeiro lugar ro- bustecer as reclamagoes feitas no Rio sobre a occupagao do territorio platino, mas nao era menos levar a Regencia portu- gueza a reter na Europa algumas, quando nao muitas das tropas que .poderiam ir reforgar o exercito em operates na fu" tura Cisplatina.

Entre os liberaes hespanhoes, n aquelle momento sub- jugados mas sempre alerta e conspirando, o ideal iberico era o da associagao voluntaria. Si intrigavam em Lisboa, era para que ahi se comprehendesse a utilidade de resistirem juntos os dous paizes aos muitos que combatiam os novos principles. Uma vez de posse da administracao os liberaes, no anno mesmo de 1820, a conveniencia era grande de evitar que na capital do Reino visinho, continuando apegada as ve- Ihas insftituiQoes, se fundasse um centre de reacgao contra o regimen constkucional, quasi republic ano, de Cadiz.

Eis porque foram conspicuas n essa occasiao as enzo- nas urdidas pelo encarregado de negocios Pando, devendo-se- Ihes em boa parte attribuir a revoluqao portugueza de Agosto (i). A federagao iberica e de resto uma miragem politica que surge sempre distincta ao vingarem na Hespanha pre- ferencias ultra-liberaes c de outro lado avolumar-se em Por tugal o movimento democratico. Moralmente e quasi uma crise do instincto de conservagao, pois que com essa miragem e infallivelmente concomitante o afastamento nas duas nagoes da influencia ingleza, de ordinario activa na Peninsula e preponderante em Portugal.

A par do surdo trabalho hespanhol de solidariedade liberal, crescia a olhos vistos a rivalidade entre as duas secQoes da monarchia de Dom Joao VI. A correspondencia de

��(1) Gorresp. de Lassejps, ibidem.

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