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DOM JOAO VI NO BRAZIL 1027

Lesseps accusa em Portugal urna tendencia progressiva para a impaciencia e o desassocego. Ja os soldados destinados ao Brazil recusavam embarcar sem que Ihes fosse pago o soldo devido de mezes, e a IndiscipJina dos militares animava a ex- acerbac,ao dos civis. Crescia entre estes a audacia. Nas esqui- nas appareciam pregados cartazes sediciosos e ameac.adores, que denunciavam claros intentos subversivos.

Beresford, que era quiga o unico com caracter e firmeza para confer a rebelliao, si pudesse ter completa liberdade de acgao, e que na previsao dos acontecimentos bem proximos, tinha em vao urgido a Regencia a fornecer ao governo de Fernando VII os 6.000 homens pedidos para ajudal-o a debellar a revolucao de Marco, dispv.z-se a partir de novo para o Rio (i). Nao so nao podia levar a paciencia que o soldo das suas tropas andasse tao indecorosamente atrazado, conio, movido talvez pelo governo britannico, quiz expor pessoalmente ao Rei a situagao angustiosa e decidil-o a vir impedir o estalar de uma insurreigao (2). Ausente o mare- chal que em qualquer caso estava prestes a retirar-se, pois ja fora nomeado governador de Jersey desapparecia a garantia maxima da disciplina portugueza.

No Brazil ia Beresford descobrir uma corrente parecida de discordia. Havia mais de dous annos que Maler annun- ciava para Pariz (3) que uma marcada antipathia se mani- festava a cada passo entre os batalhoes brazileiros de regresso da expedi^ao de Pernambuco e os regimentos portuguezes chegados com o marquez de Angeja, e que tinham ficado de guarnigao a capital. Nao ten do o duello entrado nos habitos luzo-brazileiros, as rixas tomavam a forma frequente do

��i 1 i Sotfuio a 4 de Abril de 1820 na fnagiata de guerra Spartan.

( 2\ Corresp. de Lesseps, ibidem.

(3) Qfificio de "2 Ji de Margo de 1818.

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