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DOM JOAO VI NO BRAZIL 1051

talento e tamtam de prevents como Oliveira Martins, comprehendeu o que muitos politicos, julgados tanto mais atilados, do tempo nao quizeram perceber, o que escapou a Metternich como a Chateaubriand, a saber, que com a in tervene,* estrangeira apenas lucraria a causa popular.

Antonio de Saldanha andara avisadamente retirando-se de Laybach. A circular expedida do Rio de Janeiro a 30 de Janeiro de 1821, concernente a revolugao portugueza, dizia expressamente aos representantes diplomaticos na Europa nao ter Dom Joao VI "por agora a intengao de empregar meios de coacgao nem de pedir soccorros militares aos seus alliados para sujeitar os seus vassallos extraviados." A In- glaterra nao ficava excluida d essa "resolucao final" que Castlereagh dizia em Londres a D. Jose de Souza nao haver ainda sido tomada pelo Rei sobre o systema que se propunha seguir.

A brandura ingenita e o claro senso politico de Dom Joao VI acham-se estampados n aquellas palavras. Os repre sentantes diplomaticos, Marialva e Antonio de Saldanha, estavam sendo mais realistas do que o Rei. O que este queria era tao somente que a Inglaterra mantivesse com relagao a Hespanha a sua obrigagao de garantia da integridade da monarchia portugueza, e a isto de bom grado annuia o go- verno de Londres. Havendo-lhe Souza figurado a hypothese de mandarem os Hespanhoes tropas contra Portugal como uma em que cabia a Dom Joao reclamar positivamente o effeito do compromisso britannico, nada objectara lord Cas tlereagh, allegando ate que sobre este ponto muito tempo havia que sir Henry Wellesley tinha levado uma communica- cjio official ao governo de Madrid (i).

(1) Corresp. de Londres, 1820-182 J, iUdem.

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