Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/509

Wikisource, a biblioteca livre

DOM JOAO VI NO BKAZ1L 1073

Real era man-dado compor um folheto em francez descre- vendo as vantagens da permanencia no Rio de toda a familia real, o qual dfstribuiam agentes da policia.

As duvidas nao cessavam com o proprio embarque. De Londres discutia o ministro Souza si o Principe deveria singrar directamente para Lisboa ou parar nos Agores, para d alli negociar com as Cortes e obter uma garantia de que nada intentariam de mau on de desairoso contra a sua pessoa, dei- xando-lhe inteira a faculdade de approvar ou rejeitar as pro- posigoes que Ihe fossem feitas.

E de notar que o diplomata dava preferencia a viagem directa, em primeiro lugar porque nao reputava "tao viciado" o caracter nacional portuguez que se tivesse desprendido das obrigacoes devidas ao soberano, e em segundo lugar porque calculava a boa impressao que faria entre a populagao em geral aquella prova da confianga regia. Nao se dava por outro lado tempo "aos individuos mal intencionados, ou aos partidistas da Hespanha para procurarem aliciar os espi- ritos com o pretexto da demora para insinuar que Sua Ma- gestade quer abandonar Portugal", nem com o proprio facto da negociagao se inspirava maior confianga em sua forga ao governo revolucionario, e u mais animo para se oppor a qualquer mudanga que Sua Alteza Real julgue dever proper no systema que tenha estabelecido" ( I ).

Ja a attitude benevolamente indifferente da Inglaterra com relagao aos acontecimentos de Napoles augmentara muito a confianga, senao jactancia dos liberaes portuguezes, incitando, segundo Lesseps (2), a adopgao de uma Constitui- qao muito mais radical, distante da franceza e da neerlan-

��(1) Corresp. de Londres, 1820-1821, no Arch, do Min. das Rel. Ext.

(2) Corresp. no Arch, do Min. dos Neg. Est. de Prancra.

�� �