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1108 DOM JOAO VI NO BRAZIL

de Portugal a Hespanha, nao mais forgada e verdade, effeito de uma conquista quasi impossivel, mas levada a cabo pela solidarietfade das ideas liberaes e pela harmonia dos interes- ses de defeza commum.

Consolavam-se outros, affeigoados a um tempo ao novo regimen e a pessoa do monarcha, com a idea de quanto para a solugao constitucional se podia Dom Joao VI consi- derar preparado pela sua cordura de animo, espirito de re- flexao e inclinagao para os desenlaces legaes e moderados.

Descortinavam alguns, mais sagazes ou menos confiados, que o Reino do Brazil se iria dissolvendo sem remissao com a adbesao particular e separada de cada uma das provincias brazfileiras as Cortes de Lisboa, e que era mister sustar a desaggregagao por meio de algum processo m ais energico do que a mera presenga de El-Rei Dom Joao.

O partido portuguez apressava aquellas adhesoes desta- cadas porque esphacelavam o paiz, e faziam naufragar, antes que sahisse ao mar largo, o projecto de Constituigao brazi- leira, differente da portugueza, que se asseverava com ver dade haver ideado Palmella. O constitucionalismo do ex-mi- nistro, nao menos sincero, era tao oppo rtunista, concrete e inglez no sentido de pratico, quanto o de Silvestre era dou- trinario, abstracto e francez no sentido de theorico, posto apparecessem um e outro igualmente de alcance porque par- tiam da intelligencia mais que do sentimento. "Mas o facto he, escrevia Silvestre ( I ) sobre a desuniao do lago politico brazileiro que atava frouxamente as antigas capitanias, que desligadas deste centro e de hum systema existente, para se ligar a huma autorrdade, e governar-se por huma legisla- gao que ainda nao existe e talvez nao existira jamais, he

��(1) Curias cit. } nos Annaes da Bibl. Nac.

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