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lação com esse erro sentimental, recebera bengaladas em um caes de Hamburgo. D’ahi a sua situação de pestifero. Um dia, porém, este corretor, feliz ou habil, appareceu na Bolsa de braço dado com o velho Rothschild, o primitivo chefe da casa immensa. E durante uma hora, a de maior affluencia e publicidade, o corretor desprezado e o banqueiro venerado passearam por entre os grupos, conversando, com as mangas das casacas bem colladas e bem intimas. Para quem conhece os homens é inutil accrescentar que, desde essa manhã, o corretor foi cercado de uma consideração ardente, viu a sua dôce lavadeira convidada para as festas civicas e arredondou obesamente o seu milhão. Era o amigo de Rothschild! E quem é visto na intimidade de um poderoso, possue desde logo no mundo uma parte do poder.

A differença aqui está em que o corretor de Hamburgo não experimentava nenhum prazer real e material era sentir a sua manga roçar carinhosamente a manga (de certo gasta e sebacea) do velho Rothschild. Todo o seu prazer, como todo o seu interesse, estava em que os outros corretores e os negociantes espalhados pelo peristylo da Bolsa vissem, durante toda uma manhã, as duas mangas bem juntas e bem casadas.

A França pelo contrario sente um prazer intrinseco e genuino em abraçar triumphalmente o honesto, e bom, e forte Czar. De certo lhe é grandemente grato que toda a Europa, e sobretudo a Allemanha, veja a estreiteza e a vehemencia do abraço: — e por isso o quer