França racionalista e radical, que riscou Deus dos compendios e exilou os crucifixos, vae celebrar Te-Deums louvando o Senhor por esta alliança cheia de incomparaveis promessas.
Alliança feita particularmente pelo povo francez e pelo Czar. Os politicos profissionaes, os homens de estado, os governos successivos da Republica desde 70, não a promoveram nem a previram. Pelo contrario: liberaes e parlamentares, as suas sympathias foram sempre pela Inglaterra parlamentar e liberal. O Czar, autocrata e absoluto, só inspirava aos estadistas radicaes do typo de Ferry, Spuller, Goblet, etc., uma antipathia que nenhum interesse politico podia dominar. E aquella parte de influencia que ainda pertencia á França, mesmo vencida e isolada, foi sempre posta por elles ao serviço da Inglaterra, e portanto contra a Russia. No Congresso famoso de Berlim foi a França que mais concorreu para arrancar á Russia as vantagens e os territorios que ella conquistára á Turquia, depois de um longa e penosa guerra. E a desconfiança do grande «despota do Norte», o horror dos democratas a qualquer immisção d’elle, mesmo remota, nos negocios republicanos da França, subiu a tal ponto que quando o general Appert, embaixador de França na Russia, se começou a tornar muito intimo e familiar do Czar e a tomar chá no Palacio de Inverno mais vezes do que as exigidas pelo protocollo, o general Appert foi brutalmente demittido!
Por baixo, porém, dos politicos estava a multidão,