masse, e o anarchista, restituido á saude intellectual, reentrasse no largo e fecundo partido socialista, de que elle se separa em um momento de delirio.
Assim possa ser! As guerras servis (e o anarchismo é uma guerra servil) nunca conseguiram senão desenvolver nas classes oppressoras os instinctos de tyrannia, e retardar funestamente a emancipação dos servos. Cada bomba anarchista, com effeito, só addia, e por muitos annos, a emancipação definitiva do trabalhador. Além d’isso os anarchistas que até agora têm lançado a bomba, não são puros; têm todos no seu passado um crime, e um crime feio, de malfeitor. De sorte que não se sabe bem se a bomba é n’elles um primeiro acto de justiça, se um derradeiro acto de perversidade. Para que a bomba pudesse ter uma alta significação social, seria necessario que fôsse lançada por um justo, ou por um santo. Até que surja esse santo para santificar o anarchismo, o melhor que se póde dizer d’elle, quando se não seja um capitalista apavorado e enfurecido pelo pavor — é que o anarchismo é uma epidemia moral e intellectual.
Ora o dever da sociedade, perante uma epidemia, é circumscrevel-a, isolal-a — não crear em torno d’ella, por curiosidade depravada d’um mal original e raro, uma vaga atmosphera de sympathia, d’admiração litteraria, de piedades estheticas, e de delicioso terror que goza a novidade do seu arrepio.
Toda esta larga aragem de favor é um crime — porque animando indirectamente a obra abominavel do