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das suas alcovas. Mas alguns exaltados, desattendendo a disciplina do partido, persistiram na demonstração luctuosa; e assim como de uma nuvem negra, que ameaça um diluvio, só vêm a cahir aqui e além algumas gottas d’agua, assim de toda aquella população que devia descer dos faubourgs apenas se viram pelas ruas grupos de dez, quinze pessoas, dirigindo-se ao Père-Lachaise com a sua blusa nova, e a corôa de perpetuas na mão: sómente por amor do symbolo, as coroas eram vermelhas.

Estes mesmos fragmentos de manifestação desagradaram ao governo e á prefeitura, e viu-se então um espectaculo bem proprio a regosijar o coração do homem livre: quando, ao Père-Lachaise, onde se apinhavam batalhões de policias, um homem se approximava da valia a depôr a sua corôa sobre a herva verde, um sergent de ville precipitava-se, verificava de sobr’olho duro que as perpetuas eram escarlates, e arrastava o individuo ao carcere; e se o cidadão, ignorando que sob a republica é um crime chorar os mortos e ornar-lhes a sepultura, protestava com vehemencia, a policia demonstrava-lhe a pranchadas que a republica é um governo forte e contundente...

Mas, o que iam elles fazer ao Père-Lachaise com as suas perpetuas symbolicas, estes revoltados, estes exaltados, que em principio abominam a religião e os seus ceremoniaes?

O mais illustre jornal do partido, o Mot d’Ordre, descrevia ha dias uma festa no Sacré Cœur n’estes