Página:Echos de Pariz (1905).pdf/26

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um pequeno Deus sem importancia — corriam a retalhar-se ao sabre, nas sombras do bosque de Bolonha.

Não póde agora um honesto melro gorgear pacificamente as suas reflexões da alvorada, sem que o venha interromper uma velha caleche a trote d’onde emergem, soturnos e de negro vestidos, sujeitos com um molho de espadões debaixo do paletot.

Não ficam cadaveres pelos campos; mas a epiderme dos jornalistas e dandies é abundantemente deteriorada.

Duello de Rochefort com Kœchlin; duello de Laffite, do Voltaire, com o conde de Dion; duello de Fronsac, do Gil Blas, com o principe de Santa Severina; duello de Lajeune-Villars com Lepelletier, do Mot d’Ordre; duello em Avignon, em Montpellier, em Rennes, em Lyon. Sem contar os duellos do conde de Hauterive, que esta semana se tem batido quatro vezes, ferindo todas as manhãs o seu homem, com o mesmo florete, entre o pulso e o cotovello!

Este caso pitoresco faz-me lembrar os «combates do snr. Paulo».

Não conhecem os combates do snr. Paulo? É uma curiosa historia do Bairro Latino, dos tempos em que ainda alvejava, entre as verduras do Luxemburgo, o vestido de cassa de Mimi. O snr. Paulo era um discipulo ardente de Proudhon, que costumava ir todas as noites tomar o seu grog a um café da rua Jean Jacques Rousseau, e soltar, com voz rouca de propheta irritado, as phrases celebres do mestre: — Deus