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— Garoto!

Novo duello. Mas então os padrinhos assistiam de longe, estirados entre as hervas altas, como lagartos assustados. Por precaução tinham-se recoberto de colchões... E as duas balas, com effeito, perderam-se pela amplidão dos ceus. De uma dizia-se no café que fôra parar a Pekin; da outra corria que, por um funesto habito adquirido, andava ainda pelo bosque de Bolonha, procurando entre os arvoredos o chapéu alto para se alojar.

Taes fôram os combates do snr. Paulo, discipulo de Proudhon.

Os conflictos de honra que têm este final de vaudeville são, por fim, os mais acceitaveis.

Ha-de haver sempre duellos. É evidente que, emquanto os jornaes publicarem em lettra gorda e glorificadora as actas do desafio: emquanto os olhos das mulheres sorrirem ao ferido interessante que atravessa a sala pallido e de braço ao peito, ou ao espadachim feliz que retorce o bigode; emquanto na rua burguezes pararem pasmados, murmurando ao ouvido da familia: Lá vae elle! Foi aquelle que se bateu! nem o codigo, nem o bom senso, nem melifluas maximas humanitarias impedirão jámais que o homem, publicamente ridicularisado ou publicamente injuriado, salte sobre a sua espada gritando á turba: «Cá vou defender a minha honra! »

Haverá sempre quem consinta em esvaír-se em sangue — tendo em redor as acclamações d’um circo.