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III

O imperador Guilherme

 

«Lui, toujours lui!... — Elle, sempre elle!...» — Assim, no tempo das Vozes interiores, clamava Victor Hugo, cançado, quasi estafado de que ao seu espirito de poeta, que tantos problemas divinos e humanos solicitavam, se impuzesse ainda com imperiosa insistencia, monopolisando os pensamentos melhores e os melhores alexandrinos, a imagem atravancadora de Napoleão, o Grande. Nós hoje tambem podemos murmurar com impaciencia: «Lui, toujours lui!... Elle, sempre elle!» — perante esse outro imperador que ainda não venceu a batalha de Marengo, nem a de Austerlitz, e que todavia, em meio de todos os problemas sociaes, moraes, religiosos, politicos e economicos que nos devoram, tão estranha e ruidosa expansão dá á sua individualidade e tão confiadamente a arremessa atravez dos nossos destinos, que elle proprio se tornou um