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sava em verso. Cada verso novo, que nos é desvendado, constitue pois um documento novo sobre o poeta — sobre a sua visão espiritual ou sobre o seu verbo lyrico. Ora quantos mais documentos se reunem sobre um homem de genio como Hugo, mais completo se torna o trabalho critico sobre a sua individualidade e sobre a sua obra. Para alargar e completar o conhecimento dos grandes homens, publicam-se-lhe as cartas, todos os papeis intimos — até as contas do alfaiate. Assim se tem feito para Lamartine, para Balzac, etc.

Ainda ha pouco foi estabelecido, e provado com documentos, o numero, de pares de meias de sêda que Napoleão usava cada anno. Eram 365. Ninguem se queixou. Foi um detalhe historico, geralmente apreciado. Ora se, para proveito da historia, se põem assim á mostra as piugas d’um grande homem de guerra, que tem iguaes — é bem justificado que se publiquem os versos, todos os versos, ainda os menos interessantes, d’um poeta que, sem contestação, é o maior de todos, em todos os seculos.


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A moda, ou antes aquelles que a fazem, acaba de tomar uma resolução sapientissima. Pariz, d’ora em deante, fica sendo considerado, durante os mezes de verão, para todos os effeitos sociaes, como campo e não como cidade. É permittido, portanto, passear,