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A França tem o seu pretexto. Adeus meu bom rei de Sião, vestido da cintura para cima á chineza e da cintura para baixo á Luiz XV!


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Calculem, pois, o furor da Inglaterra! Havia longos tempos que ella se installára ao pé de Sião, á espera de um pretexto para devorar aquelle bello bocado do Oriente — e é a França, a nação entre todas rival, que apanha o pretexto! É contra a França, não contra ella, que os siamezes berraram hu! hu! É sobre a bandeira da França, não sobre a d’ella, que os officiaes siamezes hastearam imprudentemente a bandeira de Sião! É a França emfim que está na deliciosa posse d’estas affrontas, que saboreia a preciosa felicidade de ser insultada — e que portanto tem o rendoso direito de se vingar! Tanta fortuna não deve ser tolerada — e a Inglaterra não a tolera. E já o declarou, através dos seus jornaes, através do seu parlamento: — «Uma vez que n’esta occasião Sião não pôde ser para mim, tambem não será para ti! Que a França faça o que julgar necessario á sua honra, mas que não toque, nem com uma flôr, na independencia de Sião! A autonomia de Sião é cousa sagrada. O mundo, para permanecer em equilibrio, precisa que Sião seja livre. Sião só para Sião (desde que não póde ser para a Inglaterra). E se a França attentar contra a independencia de Sião, ás armas!» Eis o que diz, n’um dizer