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Página:Echos de Pariz (1905).pdf/80

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dera d’um d’esses desgraçados reinos d’Oriente (como a Birmania, ha pouco) sabe ao menos como ha-de utilisar e valorisar a sua conquista.

Em primeiro logar, tem logo um numero illimitado de homens, energicos e emprehendedores, que, ou sós, ou com as familias, embarcarão para ir povoar, colonisar, cultivar, industrialisar, e por todos os modos explorar a nova terra ingleza. Depois tem uma prodigiosa quantidade de productos fabris para exportar para lá, e lá vender, sem concorrencia. Depois tem uma collossal frota mercantil, para fazer com a nova possessão um commercio activo e contínuo. E emfim tem uma formidavel frota de guerra para defender a sua acquisição. A França, essa, não tem nada d’isto — nem frota, nem productos, nem homens. Não tem sobretudo homens, porque a população da França não chega mesmo para a França. Quando ella se apossa violentamente de Tunis ou do Tonkin, o unico acto colonial que depois pratica é remetter para a recente colonia alguns soldados e muitos empregados publicos. A França faz conquistas para exportar amanuenses. No Tonkin, por exemplo, ella possue, no solo, occultas riquezas maravilhosas; mas não tem colonos que as vão explorar. A expansão colonial da França não dá assim lucro nenhum, ou alargamento á civilisação geral. Apenas promove, através dos mares, uma deslocação de amanuenses aborrecidos e enjoados. Ao contrario, cada palmo de chão, que a Inglaterra occupa, entra no movimento universal da industria e do commercio.