Eram dez horas.
Amália estava só e pensava no seu destino quando Hermano veio, como costumava, sentar-se perto dela. Conversaram algum tempo.
— Anda triste, Amália? disse por fim o marido.
— E não tenho razão, Hermano?.
Ele tomou a mão da mulher, e atraindo-a a si reclinou-se para beijar-lhe o rosto. Amália, cheia de rubores e júbilos. palpitante de emoção, abandonou-se ao doce impulso; mas de repente, faltando-lhe o apoio, o talhe descaiu sobre o recosto. .
Hermano soltara-lhe as mãos, no momento em que seus lábios iam tocá-la; e erguera-se pálido, hirto, com a visão pasmada, como se um espectro surgisse a seus olhos.
— Perdão! murmurou com a voz abafada.
Esta súplica, porém, Amália conheceu que não se dirigia a ela, pois o olhar do marido passava por ama de sua cabeça e fitava-se além.
Afinal dominando-se, sentou-se de novo, reportando à mulher aquela mesma exclamação com a V02 mais livre.
Amália sob a influência daquele estranho pavor, emudecera. O marido não se animou a quebrar esse doloroso silêncio. Depois de um instante