Página:Eneida Brazileira.djvu/169

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Sopito em cinza; humilde á branca Vesta
O sacrario venera e os teucros lares,
Com thuribulo pleno e farro pio.
Depois consulta o rei, declara aos socios
770De Jove o mando, os paternaes preceitos,
E o seu pensar. De prompto annúe Acestes.
Para a cidade o vulgo e as mães se alistam,
Almas a quem não toca o amor da glória.
Gastos robles da chamma outros renovam,
775Remos, bancos, enxarcias apparelham;
Poucos sim, mas de vívida coragem.
Risca os muros Enéas com o arado;
Sortêa as casas; manda alli ser Troia,
Pérgamo alli. Do augmento folga Acestes;
780O senado institúe, regula o foro.
Templo, aos astros vizinho, á deusa Idalia
No Eryx se eleva; ao túmulo de Anchises
Um luco amplo se annexa e um sacerdote.
Festins e oblatas novenaes se fazem,
785Emquanto aragem meiga aplane as vagas.
Fresco ao largo de novo o sul convida:
Nas curvas praias se ouve um mesto chôro;
Dia e noite abraçados se demoram.
E agora as mães, e aquelles que assustava
790Do aspero mar a torva catadura,
As fadigas do mar padecer querem.
Terno os conforta, e lagrimoso Enéas
Ao regio consanguineo os recommenda.
A Eryx vitellos tres e ás tempestades
795Cordeira immola, e vai desamarrando.
Tonsa oliva na testa, em pé na proa,
Taça na dextra, as visceras despeja,
De estremes vinhos o salgado asperge.
De pôpa o vento surge; e os navegantes
800Varrem, qual mais, as percutidas ondas.