Página:Eneida Brazileira.djvu/316

Wikisource, a biblioteca livre

Qual mereceu, remetto-lhe Pallante;
De o tumular com pompa o allívio outorgo:
Caro a hospedagem pagará de Enéas.»
Então senta no morto a planta esquerda:
490Rouba o talim de pêso, e nelle impressos
Do morticínio os thalamos sangrentos
Em jugal noite; culpa atroz, gravada
Pelo Eurytides Clono em chapas de ouro.
Turno com isto exulta: oh! mente humana,
495Fera e descomedida na bonança,
Do porvir nescia! intacto inda a Pallante
Vir-lhe-á tempo que almeje a todo o preço,
E este espólio e façanha elle abomine.
Gemebundos e em pranto, os companheiros
500O cadaver carregam sôbre o escudo.
Oh! vóltas a teu pae, dôr grande e glória!
Deu-te um só dia á guerra e ao passamento;
Mas que montões de Rutulos deixaste!
A Enéas, não a fama, um messageiro
505De mal tamanho informa; e trasmalhados
Soccorra os seus, que estavam por um fio.
Quanto encontra, arrombada a larga turba,
A gladio ceifa ardendo; achar-te anceia,
Turno ufanoso da recente morte.
510Ante si tudo tem, Pallante, Evandro,
A hospitaleira mesa, a dextra amiga.
Vivos quatro a Sulmon, a Ufente agarra
Quatro alumnos que immole á sombra, e reguem
Do seu captivo sangue a rogal chamma.
515Sobrevoa esgrimida a tremente hasta
A Mago astuto, que se agacha ao bote,
E supplicante abraça-lhe os joelhos:
«Pelo medrado Iulo e anchíseos manes,
A meu pae me conserves e a meu filho.
520Muita prata em moeda, bruto e em obra