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Lembra-se da carta em que lhe pedia que me esquecesse? Pois bem; hoje tem o meu querido amigo a razão por que lhe dizia essas palavras. Não o conhecia bem e receiava affeiçoar-me demasiado a um homem cujas apparencias eram as de um aristocratico viveur. — Sinto que hei de amal-o, que hei de amal-o talvez mais do que o sr. deseja e o amor é, ás vezes, cruel tyranno intransigente e molesto. O sr. agora está prevenido: póde defender-se. Não venha um dia lamentar-se pelo facto de haverem-se tornado demasiado serios os meus sentimentos.

Tenho o genio tranquillo. De temperamento frio, difficilmente me enthusiasmo. Com respeito a questões graves, nada emprehendo sem antes prever os resultados do acaso ou do imprevisto. Nunca foi meu fraco a leviandade.