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certo par de estrellinhas annejas, — que são os doces olhos petulantes de minha filha, fanaes da vida minha.

E só a luminosa palpitação phosphorescente dos pyrilampos tremeluze rápida no tenebroso velludo dos aningaes da beira.

A solidão augmenta-me os pezares, quando a hora do crepusculo da tarde vem descaíndo vaga pela terra, deslisando do inflexivel pendulo do tempo com a dura impassibilidade d’uma desgraça tremenda.

Gaivotas, alegrias do rio! Alegrias, gaivotas do pélago da minha vida! Porque fugís tão velozes, sem vos deixardes agarrar por estas mãos, que vagam sem um apoio amoroso, sem vos deixardes aprisionar n’este peito, fremente de meigas paixões santíssimas?

 

Rio Madeira, abril.