Ao fundo, uma cama austera, toda branca em seus lençóes e colchas, sob os quaes desenhava-se um corpo longo, pouco amplo, de que apenas via-se, repoisada em grandes travesseiras alvas, uma cabeça de mulher, encaixilhada em bastos cabellos negros, lustrosos, apenas aqui e ali, de longe em longe, irisados de fios brancos que desprendiam o brilho metallico da prata polida.
Os olhos, semi cerrados, fitavam um ponto unico da parede fronteira, onde um pequeno raio de sol, atravessando o arco de uma janella da sala, fixava-se insistente, como receioso de desapparecer além, atraz das casas da praça, ou desejoso de não abandonar, no meio-tom confuso d’um crepusculo precoce, aquelle quarto mortuario, em que estava para começar uma agonia. O olhar de minha