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ultima despedida do meu olhar, o desesperado adeus final; quando ni′o vieram trazer, quando vi aquelle cadáver amado perto de mim, ah! como estremeci de horror e de açonia... Como estava tão mudado, tão desfigurado, tão monstruosamente feio, de tal modo inchado e esverdeado pela asphixia do Mar, que não parecia mais ser elle, o meu filho, o meu Luiz adorado que eu troucéra outr′ora com extremos tamanhos dentro de meu ventre.

Tu, Senhor, apezar de estares em toda a parte, de tudo saberes e advinhares, nunca soubeste o que era o meu filho, coração simples, religioso e suave como as humildes ermidas brancas, bondade mansa, evangélica como a dos bois que elle pastoreava alegre, cantando...

E como eu me orgulhava quando o via, forte, generoso, franco, leal como a arvore que dá sombra, como a fonte clara e fresca que mata a sede, como o céo estrellado que dá encanto aos olhos. Oh! como elle percorria aquelles campos Íntimos da sua mocidade,′ onde a sua infância desabrochou como as rosas, onde a sua adolescência vio e sentio ir embranquecedo os meus cabellos, aprofundando a melancolia das minhas rugas.

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