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Ella era a flor, ao mesmo tempo carnal e mystica, onde dormiam somnos mornos e magnéticos os insectos miraculosos de nma volúpia secreta. E elle, ao vel-a, para alli ficara absorto, contemplativo, no êxtase niysterioso de uma Sombra sonhando...

N′aqnelle instante divino todo o seu misero ser estava também divino. Um prodígio de sensibilidade, de um sentimento melhor, que não é deste mundo, o illuminava e bemdizia.

E esse sentimento (]ue o transformava e que elle próprio desconhecia assim tão intenso e curioso na sua alma, transcendentalisava-o e dava-lhe ao obtuso idiotismo uma como ([ue super-visão da sua visão, certa regularisação lúcida e nobre, fazia-o por instantes viver, reflexamente, na origem ignota de uma especial percepção mental e de uma extravagante emoção.

Podiam ligar-se, pois, elle e ella, no mesmo fundo de abstractas purezas, prender-se pelas mesmas espirituaes correntes, fundir-se nos mesmos emotivos espasmos... Não I elle não violaria os melindres, os escrúpulos archangélicos d′aquella natureza delicada, não iria empanar os crystaes im])ollutos das esphéras azues onde ella triumphava. Podia, pois, reentrar, pura, inviolada, nos seus sacrários de ouro, nas suas