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A cigarra e a formiga


Houve uma joven cigarra, de côres rebrilhantes, que tinha por costume chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinna; e era então seu divertimento observar as formigas operosas, na eterna faina de abastecer as tulhas de Formigopolis.

Mas o bom tempo, afinal, passou, e vieram as chuvas finas de Setembro. Os animaes todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tócas, á espera de que cessasse o horrivel chuvisqueiro.

A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho secco, e mettida em grandes apuros, deliberou soccorrer-se de alguem.

Manquitolando, com uma asa a arrastar, dirigiu-se a Formigopolis. Bateu — tic, tic, tic...