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Página:Fantina- (scenas da escravidão).pdf/109

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XXVIII

Era de tarde.

Negros carregando latas de roupa de convidados e de muzicos chegavam. D. Luzia com um riso cheio de bonhomia acommodava uns e outros, fazia offerecimentos e mandava preparar a sala grande com placas pelos portaes, para uma vespera. Frederico era em todos os pontos de conversação alvo de cortezias e attenções Até as duas horas da manhã ouviram-se os sons abafados das rabecas e das clarinettes, que morriam em somnolenta walsa. Moças de vestidos brancos engommados, faziam rou-rou barato quando voluteavam abrindo a bocca com olhos de somno, quebradas. A's onze horas da manhã, em larga meza, muito cheia, via-se a figura do Zé de Deus que chegara cêdo. Pelo vermelho do seu rosto inferia-se que as libações eram copiosas. De repente elle levantou-se e limpando a garganta ia fallar. Bateu com um copo n'outro, e logo que os ouvintes olharam, deixou cahir o seguinte dos lábios até então silentes: « Senhores amigos da—Fazenda do Ingazeiro,