LXVII
Tristeza da Lua
Com que indolência a Lua hoje no céu divaga!
Lembra gentil mulher, em perfumado leito,
Que, antes de repousar, blandiciosa, afaga
Com a mão distraída os contornos do peito.
Sobre o fofo divan das núvens transparentes,
Expira, a contemplar, n’um goso inegualado,
As fagueiras visões, níveas, opalescentes,
Que povôam o céu azul todo estrelado.