Página:Flores do Mal (1924).pdf/64

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Esganarelo, a rir, pediu lhe o seu dinheiro,
Ao passo que D. Luis, com a trémula mão,
Mostrava, a toda a grei d’aquele cativeiro,
O filho que zombou das cans do ancião

A casta e magra Elvira, a tremer no seu luto,
Junto do esposo infiel, amante d’una hora,
Par’cia-lhe pedir, — derradeiro tributo,
A evocação ideal dos sorrisos de outrora..

Governava o timão da barca celebrada
Um gigante de bélica armadura;
Mas o discreto heroe, curvado sobre a espada,
Alheio a tudo o mais, só via a singradura!