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Página:Flores do Mal (1924).pdf/69

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XVIII

A Beleza


De um sonho escultural tenho a beleza rara,
E o meu seio, — jardim onde cultivo a dor,
Faz despertar no Poeta um vivo e intenso amor,
Com a eterna mudez do mármor de Carrara.

Sou esfinge subtil no Azul a dominar,
Da brancura do cisne e como a neve fria;
Detesto o movimento, e estremeço a harmonia;
Nunca soube o que é rir, nem sei o que é chorar.