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O FUTURO É O QUE SEMPRE FOI

mais populares nas histórias de ficção científica são as inteligências artificiais. As audiências cresceram com imagens de robôs amigos e leais, como o Data em Jornada nas estrelas, e monstros mecânicos cruéis, como o andróide de O exterminador do futuro.[7] Essas fantasias de ficção científica são motivadas por confiantes previsões de proeminentes cientistas da computação. Em 2006, o sítio da Internet da Honda ostentava o modelo atual de seu robô Asimo como sendo o precursor das máquinas cônscias que, no futuro, serão capazes de executar tarefas complexas, como cuidar de idosos ou apagar incêndios.[8] Alguns cientistas da computação acreditam, inclusive, que a invenção da inteligência artificial é uma questão espiritual. Na Califórnia, Ray Kurzweil e Vemnor Vinge esperam pacientemente desde os anos 1980 pela Singularidade: a Encarnação do Robô Redentor.[9] Inspirados por dinheiro ou misticismo, todos esses defensores da inteligência artificial compartilham a convicção de que conhecem o futuro da computação e têm como objetivo chegar lá o mais rápido possível.

A inteligência biológica está estática, porque é um paradigma velho
e vencido, mas o novo paradigma da computação e inteligência não-
biológica cresce exponencialmente. A passagem será na década de
2020 e, depois disso, pelo menos da perspectiva dos equipamentos, a
computação não-biológica dominará...[10]

Assim como a inteligência artificial, o conceito de sociedade da informação é também um velho conhecido. Durante décadas, políticos, acadêmicos e peritos disseram aos cidadãos do mundo desenvolvido que a chegada dessa utopia digital era iminente. Essas premonições foram confirmadas pela cobertura dos meios de comunicação da crescente sofisticação e rápida proliferação de tecnologias icônicas: computadores pessoais, televisão via satélite, sistemas a cabo, celulares, videogames e, acima de tudo, a Internet.

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