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O SÉCULO ESTADUNIDENSE

NO DIA 22 DE ABRIL DE 1964, a Feira Mundial de Nova Iorque foi aberta ao público em geral. Durante os dois anos seguintes, essa maravilhosa terra moderna daria as boas-vindas a mais de 51 milhões de visitantes. Cada seção da elite estadunidense esteve representada entre os 140 pavilhões da Feira Mundial: o governo federal, as administrações estatais locais, os corpos públicos, as grandes corporações, as instituições financeiras, o lobby industrial e os grupos religiosos. Depois de mais de 20 anos de expansão econômica ininterrupta, houve uma abundância de organizações dispostas a gastar grandes somas de dinheiro no espaço de exposição da Feira Mundial. Aqui estava uma maravilhosa oportunidade de combinar auto-promoção com dever patriótico. A Feira Mundial de Nova Iorque comprovou que os Estados Unidos eram os líderes mundiais em tudo: bens de consumo, política democrática, showbusiness, arquitetura modernista, belas artes, tolerância religiosa, vida doméstica e, acima de tudo, a nova tecnologia. “Um milênio de progresso” havia culminado nas maravilhas da civilização estadunidense.[1]

Obviamente, essa fusão de camelódromo e patriotismo era mais proeminente entre os expositores corporativos da Feira Mundial. Localizados em endereços como o Complexo Industrial ou a Avenida dos Transportes, os pavilhões dos grandes negócios e seus