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O SÉCULO ESTADUNIDENSE

outros artefatos dos seus laboratórios de pesquisa.[11] Para muitas corporações, o método mais eficaz de comprovar sua modernidade tecnológica foi exibir um computador. O pavilhão da Clairol continha uma máquina capaz de selecionar “o tom de cabelo que mais deleitava” as mulheres visitantes. A Parker Pen exibiu um computador que cruzava crianças estadunidenses com amigos de correspondência de países estrangeiros.[12] Em cada uma dessas demonstrações, a presença de um computador proclamava em bom tom que as corporações estadunidenses eram as fabricantes do futuro.

Ironicamente, embora desempenhassem um papel proeminente na cobertura da Feira Mundial nos meios de comunicação, quase todos esses caros computadores mainframes eram artifícios de alta tecnologia. Passariam-se quase duas décadas até que os primeiros computadores pessoais aparecessem nos escritórios e lares. Demoraria ainda mais tempo até que os circuitos integrados fossem incorporados aos itens de consumo cotidiano. Em oposição, a IBM foi capaz de dedicar seu pavilhão exclusivamente às maravilhas da computação como uma tecnologia distinta. Durante mais de uma década, essa corporação foi a principal fabricante de computadores dos Estados Unidos. De volta a meados de 1950, ela desenvolveu o IBM 650, que se tornou o computador mais vendido da década.[13] Assim que esse modelo ficou obsoleto, seu sucessor — IBM 1401 — obteve ainda mais sucesso. Em 1961, somente esse produto contabilizava cerca de um quarto de todos os computadores em operação nos Estados Unidos.[14] Apesar de seus melhores esforços ao longo dos anos, nenhuma das corporações concorrentes chegou a ameaçar seriamente o seu controle sobre a indústria. Os vastos recursos da IBM asseguravam que qualquer vantagem competitiva adquirida pelos seus concorrentes seria somente temporária. No momento em que a Feira Mundial de 1964 começou, a corporação desfrutou um semi-monopólio sobre o mercado de computadores mainframe e de periféricos, tanto nos Estados Unidos

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