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O SÉCULO ESTADUNIDENSE

tanto para a imprensa quanto para o público. Muitos acreditavam que a corporação tinha preparado a melhor exposição da Feira Mundial de 1964. Mais uma vez, a promoção do produto foi associada com sucesso a “um conceito de desenho arquitetônico integrado.”[27] O que mais impressionou os visitantes foi a extravagância audiovisual de Charles e Ray Eames para a inteligência artificial. A IBM gastou bem o seu dinheiro. Ao lado dos foguetes espaciais e dos reatores nucleares, o computador confirmou seu lugar na imaginação do público como um dos três ícones da tecnologia dos Estados Unidos moderno. A IBM foi a construtora de cérebros eletrônicos: a prova no presente das maravilhas do futuro.

No início dos anos 1960, essa confusão entre ciência factual e ficção científica dominou a percepção do público sobre a inovação tecnológica. Antes que chegasse à Feira Mundial de Nova Iorque, a maior parte dos visitantes já sabia a moral do show: as máquinas em exposição eram protótipos de coisas melhores por vir. As naves espaciais da Nasa evoluiriam para luxuosas linhas interplanetárias de passageiros.[28] Os reatores de fissão da General Electric se tornariam fábricas de fusão que forneceriam quantidades quase ilimitadas da energia. Essas fantasias do futuro explicavam, essencialmente, como as novas tecnologias eventualmente beneficiariam a todas as pessoas. A promessa da viagem espacial para todo o mundo justificava gastar enormes quantias de dinheiro no envio de alguns astronautas à órbita terrestre. A previsão da eletricidade “barata demais para ser medida” mostraria que os investimentos massivos na energia nuclear valiam a pena. O presente seria o precursor do futuro — e o futuro cumpriria com a promessa do presente.

Assim como os foguetes espaciais e os reatores nucleares, os computadores também existiam em duas formas ao mesmo tempo. De um lado, os modelos presentes expostos no pavilhão da IBM eram protótipos das máquinas sensíveis do futuro. Os visitantes poderiam

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