— Você vê que me refiro ás historias fiadas do Gremio.
— O peor é que o que é desnecessario ao senhor talvez seja necessario a muitos, disse Magdalena.
— Sem duvida, a belleza, triumphou Azevedo Gondim. É o que se quer. Harmonia, belleza, entende?
— Ora sebo!
D. Gloria levantou-se e entrou. Como o assumpto estivesse reduzido a cinza, calamo-nos. Azevedo Gondim tentou atiçal-o, inutilmente.
— Que poeira, hein? com o nordeste.
Retirou-se.
Animei-me e avizinhei-me de Magdalena:
— Está vendo? Por ahi já falam. É só em que falam, pelo que me disse o Gondim.
Nenhuma resposta.
— Não torno a pôr os pés aqui. Primeiro porque não quero prejudical-a, segundo porque é ridiculo. Naturalmente a senhora já reflectiu.
Magdalena soltou o bordado:
— Parece que nos entendemos. Sempre desejei viver no campo, accordar cedo, cuidar dum jardim. Ha lá um jardim, não? Mas porque não espera mais um pouco? Para ser franca, não sinto amor.
— Ora essa! Se a senhora dissesse que sentia isso, eu não acreditava. E não gosto de gente que se apaixona e toma resoluções ás cegas.